O melhor momento para socializar um gatinho filhote é desde o nascimento, com a mãe. Portanto, se você tem uma gata que teve uma ninhada, parabéns por pensar em socializá-los bem cedo.
Na maioria dos casos, porém, no momento em que você pega um novo gatinho, ele pode estar separado da mãe há algum tempo, seja ele um filhote órfão criado na mamadeira ou uma mãe abandonada antes de acabar em um abrigo ou ONG. Mesmo assim, os gatinhos ainda podem ser socializados em alguns casos, por isso quanto mais cedo começar, melhor.
Quaisquer que sejam as circunstâncias, socializar os gatinhos filhotes é importante – para ajudá-los a adaptar à vida em lares humanos e permitir que sejam membros da família confiantes e amigáveis.
O que significa socializar um gatinho?

De cerca de 2 a 7 semanas de idade, a curiosidade de um gatinho supera o medo.
Quando falamos em “socializar” gatinhos, estamos discutindo um período crítico de desenvolvimento para ajudar os nossos gatinhos a crescerem fortes e sociáveis. Das 2 às 7 semanas de idade, o cérebro dos filhotes está aberto a novas experiências, o que é conhecido como janela (ou período) de socialização de filhotes.
Durante esse período, eles tendem a ver as novas experiências como interessantes, em vez de assustadoras, e arquivam as experiências como “normais”. Em outras palavras, durante este período de socialização o seu gatinho está aprendendo o que significa ser um gato moderno e a desenvolver as competências necessárias para navegar pelo mundo.
Sem experiências positivas com humanos, como acontece com gatinhos selvagens, os gatos nesta idade aprenderão a ter medo de humanos, carros, casas e outros aspectos da vida moderna. Isso os torna muito difíceis de domesticar posteriormente.
Um gato verdadeiramente selvagem muitas vezes não ficará feliz em uma casa moderna e poderá precisar de cuidados de outras maneiras. No entanto, existem muitas áreas cinzentas, por exemplo, um gatinho que recebeu socialização mínima, ou um gato que foi encontrado como de rua e tem medo de humanos, mas não de animais selvagens.
Nestes casos, você pode ajudar um gato a se sentir mais confortável perto de humanos seguindo passos semelhantes à socialização, mas o que você está fazendo não é tecnicamente “socializar”, pois eles não estão no estágio certo de desenvolvimento cerebral para isso. No entanto, esses esforços ainda podem ser positivos para o gato ser feliz.
Se quisermos que nossos gatos sejam felizes, precisamos que eles desfrutem da companhia humana e se sintam calmos e confiantes morando em nossas casas. Isso significa muita exposição positiva aos estímulos diários para aumentar a confiança.
Os tipos de coisas que você pode querer expor ao seu gatinho incluem:
- Manuseio (incluindo um exame veterinário)
- Caixa de transporte e as viagens de carro
- Higiene e escovação de dentes
- Sons (incluindo fogos de artifício e tempestades)
- Diferentes tipos de areia e caixas sanitárias
- Diferentes texturas de ração (úmida e seca)
- Pessoas diferentes (de preferência de diferentes idades e etnias)
- Brinquedos diferentes
- Outros animais de estimação
Como socializar adequadamente um gatinho selvagem em 6 etapas simples
Idealmente, a socialização deve acontecer antes das 7 semanas de idade, por isso nem sempre é algo sobre o qual você tem muito controle se estiver adotando um gatinho.
Tente encontrar um criador ou voluntário de resgate que tenha socializado adequadamente os gatinhos antes de levá-lo para casa. Se o seu gato teve uma ninhada ou se você criou um gatinho órfão na mamadeira, é sua função socializar antes de ele ir para sua nova casa. Aqui estão algumas dicas:
1. Comece aos poucos

Exponha o seu gatinho a coisas potencialmente assustadoras em pequenas doses para não sobrecarregá-lo.
Evite sobrecarregar seu gatinho, então não se precipite em uma situação assustadora. Comece aos poucos. Quando for expô-lo a sons, comece com volumes baixos ou de outro cômodo. No caso do manuseio, evite pegá-lo no colo por longos períodos logo de início. E quando ele conhecer pessoas novas, certifique-se de que sejam visitas breves.
Para conhecer outros animais, deixe seu gatinho vê-los através de uma barreira algumas vezes antes de permitir o contato direto. Quando ele estiver confiante com essas experiências em uma versão mais suave — mais curta, mais silenciosa ou menos intensa —, você pode começar a aumentar gradualmente o tempo de manuseio e a exposição a sons mais altos.
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2. Torne a experiência positiva

Brincar com gatinhos usando brinquedos é uma ótima maneira de criar associações positivas.
É essencial que essas experiências sejam mantidas como algo positivo — a última coisa que você quer é assustar seu gatinho e criar uma associação negativa. Isso significa usar reforços positivos, como comida e petiscos para filhotes desmamados, e a proximidade com a mãe para os que ainda não foram desmamados, para ajudar a tornar a experiência agradável.
Os brinquedos também são uma ótima maneira de construir associações positivas. Experimente brincar com uma varinha para manter a atenção do seu gatinho longe dos estímulos assustadores.
3. Reaja ao humor do seu gatinho

Se um gatinho estiver ficando sobrecarregado com um novo estímulo ou interação, desacelere e tente novamente mais tarde.
Se o seu gatinho apresenta sinais de medo é muito importante que você reaja tornando a situação menos assustadora. Deixe o barulho mais baixo, coloque-o no chão ou afaste-o do objeto assustador.
Algumas pessoas defendem que você deve continuar expondo seu gatinho à coisa assustadora, independentemente do medo, na esperança de que elas decidam que, afinal, não é assustador. No entanto, esta estratégia não é recomendada e tem grandes chances de causar medo e fobias a longo prazo.
4. Repita, repita, repita

Forneça ao seu gatinho exposições repetidas e positivas para que ele se acostume.
Não adianta apenas expor um gatinho uma vez e encerrar. A exposição regular é muito mais eficaz. Isso significa que você precisa repetir cada tópico de socialização várias vezes entre 2 e 7 semanas de idade para ter certeza de que funciona.
5. Inclua a mãe

Se você tiver um bom vínculo e relacionamento com a mãe gata, ela transmitirá essas vibrações positivas aos filhotes.
Se a mãe do seu gatinho estiver por perto, é importante ganhar a confiança dela. Ela passará mensagens aos seus gatinhos sobre o que é seguro e bom e o que é assustador e novo, por isso ter um bom relacionamento com ela é fundamental. Se você adotar uma gata grávida, tente trabalhar com a mãe para formar um vínculo antes que os filhotes nasçam.
6. Siga uma tabela

Pode ajudar manter um registro escrito das coisas às quais você expôs os gatinhos, e quantas vezes.
É uma boa ideia seguir uma tabela de socialização para garantir que você está incluindo todas as coisas certas. Estas tabelas listam as coisas às quais você deve expor seu gatinho, além de te lembrar de repeti-las regularmente. Você também pode usar uma playlist com sons/músicas para socialização, assim garante que nenhum som importante seja deixado de fora.
Como socializar um gatinho assustado?

Socializar um gatinho ajuda-o a crescer e a aceitar as interações humanas – nos seus próprios termos, é claro.
A socialização dos gatinhos filhotes é extremamente importante. São essas experiências precoces e positivas que diferem um gato selvagem e um membro felino da família. Gatinhos que foram socializados ao manejo e habituados aos barulhos da casa serão gatos adultos menos estressados.
Eles serão menos propensos a doenças associadas ao estresse, serão mais fáceis de cuidar e de levar ao veterinário quando necessário e terão maior probabilidade de desfrutar da sua companhia.
Leia também: Como cuidar de um gatinho filhote: o guia completo
O que acontece se você não socializar um gatinho?

Gatinhos que não são socializados e manuseados enquanto jovens podem temer o contato humano e se esconder muito.
Mesmo que você não socialize ativamente um gatinho, ele poderá ter algumas experiências positivas se for criado em uma casa de família. Por exemplo, um gatinho que vive numa casa que foi alimentado todos os dias por uma pessoa e foi exposto a ruídos domésticos diários terá algumas experiências positivas com os humanos.
Compare com um gato selvagem que nunca foi exposto a essas coisas quando era filhote e você verá que há um espectro de socialização com uma ampla variedade de resultados possíveis.
Se você não socializar um gatinho filhote e ele não tiver nenhuma exposição a experiências positivas, é possível que ele se comporte como um filhote selvagem – ele terá medo do contato humano, se esconderá muito e até ficará agressivo quando manuseado. Infelizmente, esses gatos podem ficar extremamente estressados por serem mantidos dentro de casa e às vezes é mais gentil encontrar um lar para eles como um gato de celeiro (em ranchos e fazendas) para que possam viver com pouca interação humana.
A maioria dos gatinhos criados em um lar familiar acaba passando por pequenas experiências de socialização de forma natural. Por exemplo, eles podem se acostumar com o som do aspirador de pó, ter interações positivas com humanos durante a hora da refeição e até conhecer outros animais, como cães. Esses gatos parcialmente socializados geralmente se adaptam bem à vida dentro de casa.
No entanto, experiências negativas nesta idade (como ser assustado por um cão ou ferido por uma criança muito empolgada) podem ser extremamente prejudiciais – a menos que a socialização seja conduzida com cuidado, ela pode fazer mais mal do que bem.
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Socialização de gatinhos filhotes: considerações finais
Socializar um gatinho é uma parte extremamente importante da criação de um novo gato e é a chave para ter um gato adulto feliz, bem adaptado e que goste da companhia humana. Se você estiver adotando um filhote, pergunte ao seu resgatador ou criador sobre o programa de socialização que eles seguiram para garantir que você levará para sua casa um felino confiante.
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